‘Novata’, Sombrero avança na área de seguro rural
Em oito meses de atuação no mercado, a Sombrero chegou ao quinto lugar no ranking das seguradoras que atuam no segmento agrícola no país. De janeiro a agosto, a empresa emitiu R$ 158,9 milhões em prêmios para 5,5 mil apólices e ficou atrás apenas de companhias tradicionais como BrasilSeg (R$ 2,5 bilhões), Essor (R$ 790 milhões), Mapfre (R$ 381 milhões) e Swiss Re (R$ 222 milhões). O valor das lavouras protegidas pela novata somou R$ 2 bilhões.
Criada no ano passado por executivos com experiência no mercado de seguros e resseguros, a Sombrero é presidida por Leonardo Paixão, que comandou o IRB-Brasil Re por cinco anos. A meta da seguradora é terminar o ano com R$ 250 milhões em prêmios emitidos e atingir um valor segurado de R$ 2,5 bilhões no fim da safra 2022/23, em junho.
Nascida no meio da pandemia, a empresa aposta na digitalização para reduzir custos com corretores, produtores e instituições financeiras, e confia na expertise da equipe, que conta com executivos egressos da BrasilSeg, líder no mercado (como o head de sinistros, Daniel Pauli), e do IRB (como o diretor técnico Marcio Martins). A companhia conta ainda com nomes do setor produtivo no conselho de administração da sua controladora, a Enova Holding, como Eduardo Leão, diretor-executivo da Unica, e Marcos da Rosa, ex-presidente da Aprosoja Brasil.
Fortalecimento do seguro
Paixão disse que o fortalecimento do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) nos últimos anos foi um impulso para a criação da empresa, mas ressaltou que a Sombrero entraria no mercado de qualquer forma. “A cobertura de seguro rural não chega a 20% da área plantada no país. Tem mais quatro Brasis que não estão usando o seguro e poderiam estar”, afirmou.
A seguradora atua nos seguros agrícola, de garantia, de propriedade e de responsabilidade civil, e vai estruturar um produto inédito para o segmento sucroalcooleiro em outubro. O ramo pecuário está na mira, bem como o seguro paramétrico. Áreas correlatas, como penhor rural, seguro de benfeitorias e de máquinas e equipamentos, que não recebem subvenção federal, também serão contempladas em breve.
Onda de sorte
O sucesso da estreia também contou com um pouco de “sorte”, já que a empresa não pegou a forte onda de sinistros das últimas safras de verão, prejudicadas por estiagens, e do inverno de 2021, que registrou geadas e granizo. “Entramos com uma carteira de negócios limpíssima, sem prejuízos acumulados, o que nos permite dar atendimento diferenciado e ter um preço competitivo”, disse Paixão. “Hoje, já pagamos quase tudo da safra de inverno, resta só a consolidação da colheita de trigo”.
Paralelamente, a Sombrero tenta diversificar sua atuação e o risco de sua carteira. O Paraná lidera as contratações, mas em ritmo abaixo da média geral do país. “Estamos mais espalhados, em um esforço de buscar o produto específico para o produtor que ainda não compra seguro e nas regiões que não têm essa cultura”, afirmou o executivo.
O esgotamento do orçamento do PSR antes do início da safra de soja vai atrapalhar a contratação de seguro por parte dos produtores, prevê Leonardo Paixão, que é otimista com os rumos do programa. “Com o país mais equilibrado do ponto de vista econômico e juros mais baixos, recursos que hoje vão para equalização do crédito rural poderão ser destinados à subvenção”.