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Agtechs e a revolução tecnológica no agronegócio

Banner - Agtechs trazem inovação para o agronegócio

Agtechs são responsáveis por revolução tecnológica no agronegócio

Entenda como atuam as startups que cresceram 8% em 2022 impulsionando a digitalização da cadeia produtiva nacional

 

Atualmente, muito tem se falado sobre a plena ascensão das agtechs, empresas que criam soluções a fim de promover a inovação no agronegócio. No entanto, ainda existem muitas dúvidas a respeito. Antes de tudo, vamos entender o que é uma agtech, para só então partirmos aos inúmeros benefícios que elas proporcionam. 

Enquanto startups, empresas de base tecnológica que buscam desenvolver produtos e serviços inovadores com crescimento rápido e ganhos em escala, as agtechs são responsáveis por transformar fazendas tradicionais, muitas vezes com modelos de gestão saturados, em negócios inteligentes com vistas às necessidades mundiais que o futuro reserva. 

Na agropecuária, responsável por aproximadamente 24% do PIB do país, a corrida por mais avanços tem sido impulsionada por parcerias estratégicas de digitalização que vão desde o “antes da porteira” (com marketplaces de insumos, crédito, análise genômica do solo), passando pela produção propriamente dita (sistemas de gestão, IoT para detecção de pragas, telemetria) até expandir para depois da colheita (marketplaces de comercialização de grãos e hortifrútis, rastreabilidade de alimentos, logística). 

Diante da expectativa de aumento populacional, estimado para 10 bilhões de pessoas em 2050, a chamada agricultura 4.0 exigirá mais empresas e profissionais altamente qualificados responsáveis pela implementação de novas tecnologias. Assim sendo, as agtechs têm ocupado papel fundamental no segmento, cada vez mais sustentável, inclusivo, competitivo e, claro, tecnológico. 

Você sabe como uma agtech é capaz de transformar a cadeia produtiva quando o assunto é inovação? 

 

Objetivos das agtechs no agronegócio

Que as ferramentas digitais disponíveis hoje em dia têm tido presença cada vez maior e assertiva no agronegócio brasileiro nós já sabemos. Aliás, falamos sobre o metaverso por aqui recentemente (clique para ler). Para quem acompanha de perto as novas tendências na agricultura, esse movimento não é uma novidade. 

Contudo, aos que ainda não sabem como as agtechs estão transformando o setor, vale destacar que suas atuações geram enorme impacto positivo, do campo à mesa do consumidor, em toda a sociedade. Mais do que ajudar os produtores em diversas frentes, tais como otimização de custos e recursos, é evidente o aumento da rentabilidade. 

Focadas em entender como as ferramentas do universo digital podem ser aplicadas nos processos agrícolas e pecuários, as agtechs utilizam recursos como Internet das Coisas (IoT), inteligência artificial e big data para impulsionar a atividade agropecuária brasileira. Em virtude da alta valorização de mercado, novas formas de gerenciamento estão surgindo, acompanhadas de aplicações que geram economia de tempo e recursos, tanto financeiros como químicos ou naturais. Além disso, automatizam tarefas, reduzem desperdícios e garantem mais previsibilidade.

Alguns dos principais benefícios na utilização das agtechs no campo são:

  • Entendimento dos inputs gerados pelos equipamentos;
  • Aumento da eficiência por meio de analytics avançados;
  • Gerenciamento das operações de forma holística e científica.

 

Número de agtechs no Brasil

De olho em todo esse potencial, muitos empreendedores estão investindo nas agtechs. Da mesma forma, as startups estão sendo notadas por grandes empresas do agronegócio. De acordo com a CB Insights, plataforma de análise de negócios e banco de dados global que fornece inteligência de mercado sobre empresas privadas e atividades de investidores, foram aplicados 437 milhões de dólares nos EUA em 2017, um recorde de 94,2% a mais que no ano anterior. 

Aqui no Brasil, uma pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) revelou que o número de agtechs cresceu 8% em 2022, chegando a 1.703. Em 2021, eram 1.574. Os resultados da terceira edição do mapeamento “Radar Agtech Brasil” mostram ainda um panorama inédito por gênero, no qual menos de 30% das iniciativas estão sob o comando de mulheres. Porém, especialistas acreditam que essa porcentagem deve aumentar nos próximos anos.  

Pelo segundo ano consecutivo, São Paulo segue sendo o estado com a maior concentração de agtechs: são cerca de 800 startups de tecnologia voltadas ao agro. Falando no Sudeste, a região concentra 61,4% das atividades do segmento. Na sequência, aparecem Minas Gerais, com 154 startups, e Rio de Janeiro, com 69. Os únicos estados que ainda não possuem agtechs registradas no balanço são Acre, Alagoas e Rondônia.

 

Divisão de agtechs por setor

Confira a seguir um panorama com o número de agtechs por ramo de atuação.

 

Antes da fazenda

  • 61: Crédito, permuta, seguro, créditos de carbono e análise fiduciária
  • 53: Fertilizantes, inoculantes e nutrição vegetal
  • 36: Análise laboratorial
  • 27: Nutrição e saúde animal
  • 26: Sementes, mudas e genômica vegetal
  • 21: Genômica e reprodução animal
  • 18: Marketplace de insumos para o agronegócio

 

Dentro da fazenda

  • 173: Sistema de gestão de propriedade rural
  • 122: Plataforma integradora de sistemas, soluções e dados
  • 78: Drones, máquinas e equipamentos
  • 76: Sensoriamento remoto, diagnóstico e monitoramento por imagens
  • 51: Conteúdo, educação, mídia social
  • 42: Telemetria e automação
  • 40: Internet das coisas para o agro
  • 38: Meteorologia, irrigação e gestão de água
  • 36: Controle biológico e manejo integrado de pragas
  • 22: Gestão de resíduos agrícolas
  • 15: Economia compartilhada
  • 9: Conectividade e telecomunicações
  • 3: Apicultura e polinização

 

Fora da fazenda 

  • 281: Alimentos inovadores e novas tendências alimentares
  • 124: Marketplaces e plataformas de negociação e venda de produtos agropecuários
  • 73: Armazenamento, infraestrutura e logística
  • 48: Mercearia online
  • 40: Sistema autônomo de gerenciamento de lojas e serviços de alimentação
  • 39: Restaurantes online e kit de refeições
  • 37: Biodiversidade e sustentabilidade
  • 26: Bioenergia e energia renovável
  • 25: Indústria e processamento de alimentos 4.0
  • 24: Sistemas de embalagem, meio ambiente e reciclagem
  • 21: Plantio urbano
  • 13: Segurança e rastreabilidade de alimentos
  • 5: Cozinha na nuvem e cozinha fantasma

Fonte: “Radar Agtech Brasil” – 3a edição 

 

O ecossistema de inovação agrícola nacional é real não apenas por uma tendência natural, mas também pela necessidade de evolução nesse sentido. Qual tema você gostaria de ver por aqui?